quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Mídia 2

IstoÉ Gente adota novo formato
Revista entra no padrão já seguido por suas concorrentes Caras, Contigo e Quem

A partir da semana que vem, a IstoÉ Gente adotará novo formato, seguindo o padrão mundial das revistas de celebridades e de suas concorrentes Caras, Contigo e Quem. A novidade marca a passagem do oitavo aniversário da revista, que também aproveita a ocasião para intensificar o processo de adoção do nome Gente, mas ainda sem abandonar totalmente a marca IstoÉ, o que só poderá acontecer quando forem superadas algumas barreiras jurídicas. "Com estas mudanças, estaremos mais equipados para competir em igualdade com os outros títulos do mercado", acredita José Bello, que assumiu recentemente a direção nacional de publicidade da Editora Três.

Fonte: Meio&Mensagem

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Revistas: Redigir e Editar 7

Redigir e Editar uma Revista – Crônicas

Parente próxima da Literatura, a crônica jornalística reflete situações da rotina diária, criando uma identificação entre o cronista e o leitor. Carlos Drummond de Andrade dizia que o cronista "se permite usar um tratamento mais coloquial, usar o pronome eu e contar como é que foi o dia anterior.(...) Mas às vezes esse eu é imaginário, falo de uma coisa que não aconteceu comigo, mas que poderia ter acontecido. Eu acho que essa receita de crônica pode interessar ao leitor. Mas interessar relativamente”.

Na mesma entrevista, Drummond cita Machado de Assis como o maior cronista brasileiro. O próprio Machado de Assis em sua obra Crônicas Escolhidas, define a origem do gênero como um encontro de vizinhas a “escarafunchar” as ocorrências do dia.

A seleção citada apresenta crônicas machadianas que se relacionam exatamente com os fatos da rotina diária: Como comportar-se no bonde, Impostos, Briga de Galo, Meditações no Bonde, Caso de Bigamia, O Cronista e a Semana, etc.

No dicionário a crônica é definida como artigo de jornal ou revista, assinado, com reflexões sobre assuntos diversos como Literatura, Teatro, Política, temas policiais, acidentes, fatos rotineiros, etc.

São grandes nomes da crônica brasileira: Machado de Assis, João do Rio (Paulo Barreto), Olavo Bilac, Manuel Bandeira, Rachel de Queirós, Carlos Drummond de Andrade, Genolino Amado, Rubem Braga, Sérgio Porto, Antonio Maria, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, José Carlos de Oliveira, João Ubaldo Ribeiro, Mário Prata, Veríssimo etc.

Em relação ao conto literário, a diferença da crônica é que ela não tem personagens definidos. Retrata pessoas e fatos da vida real, situações concretas que são ou podem ser vivenciadas na rotina diária. Como em outros textos recreativos, a crônica inclui um ponto ótimo de tensão intelectual. “Se for simples demais ou de difícil entendimento, o prazer de ler será menor", conforme ensina Sérgio Vilas Boas.

Naturalmente vai escrever uma boa crônica o repórter que tem boa formação cultural; acentuado hábito de leitura; texto fluente, fácil e agradável; sensibilidade para observar os fatos do dia e transformá-los em saborosas crônicas com as técnicas do próprio conto literário: Início ( fato a ser analisado ou caricaturado ), desenvolvimento ( com observações que mostram pleno domínio da língua e ampla visão de mundo ) e fim ( com uma frase engraçada, uma piada, uma "moral da história" etc.).

A recomendação básica é ler atentamente boas crônicas, observando-lhes a estrutura, para depois iniciar-se no gênero com segurança. Nenhuma disciplina técnica poderá passar um formato fechado, padrão, quadrado, hermético sobre como produzir o texto imaginativo, pois não se trata de uma receita de bolo, trata-se de criatividade. E isso vai do potencial de cada um.

Revistas: Redigir e Editar 6

Redigir e Editar uma Revista – Textos Recreativos

Porque o Jornalismo tem se preocupado com textos voltados para o lazer do leitor? Na era pós-industrial o lazer passou a ser valorizado como hábito inteligente e indispensável à reciclagem física e mental das pessoas. É um comportamento cada vez mais presente nas sociedades desenvolvidas. Sentar-se a um canto para saborear uma boa crônica ou rir com as piadas dos textos caricaturais ou dos quadrinhos não faz mal a ninguém. Só faz bem.

O próprio ato de trabalhar vai sendo revisto de outros modos em nossos dias. Especialistas orientam as empresas a abrirem cada vez mais espaço para o convívio prazeroso entre os funcionários, através de excursões ou de exercícios de Ginástica Laboral.

Com a automação industrial, com as novas tecnologias, a Informática e a globalização, pode-se ganhar o mesmo ou até mais trabalhando menos e organizando melhor o tempo. Basta ter preparo e criatividade para ficar no mercado mesmo quando os postos de trabalho estão se reduzindo. Muitos profissionais já conseguem trabalhar em casa independente de ter vínculos trabalhistas com uma empresa.

No Gênero Recreativo o que se explora é, exatamente, esse potencial de criatividade que os fatos da vida encerram, mesmo os mais comezinhos, rotineiros e simples. E se faz isto com amplo sucesso, porque está claro que existe uma demanda por esse tipo de texto voltado para o lazer, a caricatura, a crítica social.

Revistas: Redigir e Editar 5

Redigir e Editar uma Revista – O Livro-Reportagem

No entanto, as revistas semanais de informação apresentam falhas. Aí surge o livro-reportagem, (New Journalism, nos EUA nos anos 60, no qual os repórteres produziam matérias frias com arte e emoção), para preencher os vazios informativos deixados pelo jornal, revistas, emissoras de rádio, noticiários de TV.

O livro-reportagem é um trabalho de historiador e romancista. Trabalha com arte, emoção, aposta entre os aspectos objetivos e subjetivos da realidade. No Brasil o New Journalism, influenciou a Revista Realidade, lançada em abril de 1966. Suas reportagens preocupavam-se com o contexto e a situação em torno do acontecimento.

Um exemplo clássico de livro-reportagem é a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, que descreve a Guerra de Canudos, Antônio Conselheiro e de como uma comunidade inteira foi destruída pelo poder então vigente. Outro exemplo hoje visto como Literatura é o livro Com a FEB na Itália, do cronista Rubem Braga, que relata a atuação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Revistas: Redigir e Editar 4

Redigir e Editar uma Revista – A Concorrência

Aos domingos, os jornais desdobram notícias, se aproximando do estilo magazine além de trazer os cadernos e suplementos. Assim, concorrem com as revistas.

A revista é uma prática jornalística diferenciada por ter gramática própria, fotografias, design, texto mais próximo da Literatura, uso estético da palavra, recursos gráficos, programação visual. A revista divide-se em: ilustradas, especializadas e informação geral. Os assuntos visam à contemporaneidade e atualidade. O planejamento editorial inclui o ritmo gráfico; visual; capa atrativa; texto em tópicos frasais e documentais.

O diagnóstico de uma notícia envolve a captação, análise e seleção. Submeter os dados recolhidos a uma seleção crítica e depois transformá-los em matéria, significa interpretar. O Jornalismo Interpretativo determina o sentido do fato, por meio da rede de forças que atuam nele. Não há àquela correria de prazos; e procura identificar notícias que despertam interesse no leitor.

A reportagem da revista informativa apresenta a notícia em profundidade, objetividade e ética. Puxa o cordão dos fatos, oferece diferentes ângulos, dados estatísticos, depoimentos e prognósticos. Diferente do jornal informativo diário, que é uma narrativa horizontal e limitada do acontecimento.

O leitor tende a buscar uma leitura complementar, e a revista vai preencher essa lacuna. Ela antecipa expectativa, razões e conseqüências que escapam á primeira vista no jornal. Arredonda a informação, faz uma projeção para a semana seguinte, responde às causas dos fatos.

A revista enfrentou várias tendências. Concorreu com a TV, enfrentou custos altos e o noticiário diário. Atualmente é comercializada por meio de assinaturas e anunciantes. Mas, a tendência de uma revista é determinada por seus leitores.

Tornando a falar sobre a concorrência com os jornais, os cadernos de cultura e suplementos dos jornais aproximam do estilo Magazine. Cinema, música, artes, ensaios, TV, livros são assuntos que tem leitores cativos. O texto é mais opinativos, coloquial, livre e usa os neologismos. Já a revista trata da mesma maneira tanto a matéria de cultura quanto à de política. Isto é, acrescenta ao texto conteúdo complementar, ou ângulo próprio.

No entanto, revistas e jornais são diferentes. A revista é periódica e o texto mais atraente e criativo enquanto os jornais se restringem aos fatos. A reportagem é desenvolvida com ritmo, beleza, refinamento, improvisação e liberdade. Apropria-se do diagnóstico, investiga e interpreta o assunto. Mas, não dispensa a técnica, inspiração, boas palavras, harmonia, sensibilidade, sofisticação, beleza, e unidade no pensamento. O texto da revista é diferencial, porque é conseqüência de um conteúdo bem elaborado e criterioso.

A TV tem influenciado a fórmula das revistas atuais, por isso, elas têm deixado de ousar menos. Os fatos globalizados, os meios de Comunicação e computadores têm refletido na produção jornalística das revistas. Devemos ter cuidado, pois a informatização, não garante a qualidade da informação. É preciso criatividade na forma e no conteúdo.

Revistas: Redigir e Editar 3

Redigir e Editar uma Revista – Estilística e Narrativa

Cada revista tem seu estilo, modo de ser e sua linguagem. Nesse contexto, a padronização e racionalização se tornam necessidades. A imprensa busca unidade, legibilidade e identidade do texto. A revista permite o uso das entrelinhas e apresentação da tendência da matéria, do jornalista e do veículo.

A reportagem tem a função de desdobrar, pormenorizar e dá um relato aos fatos principais e subjacentes. Ela é uma narrativa, então, solte um pouco as amarras da padronização. A Reportagem-Ação começa pelo mais atraente e a Reportagem Documental aproxima-se da pesquisa. Mas, a investigação faz parte de qualquer reportagem.

Dissertar ou argumentar, descrever e narrar são recursos que permitem a variação do ponto de vista. No Jornalismo, utilizamos normalmente o gênero narrativo. Ou seja, na terceira pessoa. Outro elemento, importante, é o tempo que pode ser visto nas seguintes formas: lingüístico (passado, presente, futuro), psicológico (estados internos, individuais), físico (natureza: sol, dia...) e cronológico (calendário, marco social,...).

A reportagem narrativa é um dos gêneros mais importante em Jornalismo, e talvez o que se mais aproxima da Literatura. A reportagem é co-irmã do conto, pois ambos são predominantemente narrativos, são textos curtos e densos, abordam questões humanas, começam com um problema e têm início, clímax e desfecho. A única diferença é que o Jornalismo não faz ficção, não cria seus personagens.

Revistas: Redigir e Editar 2

Redigir e Editar uma Revista – Ordenamento de Idéias

O texto deve ser trabalhado com mais tempo, estilo e discernimento para análise dos fatos. Criatividade, interpretação e recursos de estilo compõem sua base. Trata-se de um documento histórico, e por isso mesmo, devemos nos preocupar primeiro com as idéias, e em seguida com a linguagem.

Um roteiro ajuda a organizar o pensamento e as informações. Primeiro cria-se o clima, a tensão e por último a explicação para o leitor. É um jogo de inteligência por parte do redator a fim de seduzir quem lê o texto.

O desenvolvimento do texto deve ser claro e conciso. Usamos o bom senso no uso das palavras e pontuações. Enumerar, descrever, detalhar, comparar, criar contrastes, exemplificar, lembrar, ilustrar, dar testemunho e confrontar idéias faz parte desse estilo.

O uso dos verbos declaratórios (os chamados verbos dicendi) apóia as falas/indagações das fontes. O texto deve possuir causa e conseqüência, um encerramento remetendo ao início e que apareça na hora certa. Admite interpretação e ponto de vista do jornalista.

Possui características atemporais, por isso procure uma boa angulação. Mantenha unidade, coerência das idéias. Use conjunções, advérbios, locuções adverbiais, pronomes, palavras denotativas e não esqueça das frases curtas e encadeadas.

Desconfie sempre do seu texto, por isso revise quantas vezes for necessário, verifique se está organizado. Cheque a Gramática, Ortografia, fatos, citações, declarações e peça para outra pessoa ler. Saiba cotar o que não for essencial, use da leveza, retire alguns detalhes irrelevantes.

Além de escrever bem é preciso ter habilidade com as palavras. Saiba condensar, mas traga novidades. A reportagem da revista deve acompanhar o fato, e ir além dele. Mas, não deve ter a palavra final. E, sim, ampliar o contexto da notícia.

Revistas: Redigir e Editar 1

Redigir e Editar uma Revista – Definição

Jornalismo é um estilo de comunicação, e revista semanal é um estilo jornalístico. Portanto, está vinculado ao tempo e à interpretação. A revista possibilita maior liberdade ao jornalista para associar suas idéias e experiências. Para isso, as técnicas literárias ajudam nesse processo.

As revistas resgatam o Jornalismo Interpretativo, em profundidade, de tal forma que os jornais diários não fazem. A revista exige texto elegante, sedutor, próximo da Literatura, técnica apurada, talento, raciocínio lógico e, acima de tudo, uma grande apuração que seja capaz de proporcionar um aprofundamento na investigação do fato.

Por ser semanal (ou mensal), preenche o vazio informativo deixado pelas coberturas dos jornais, rádio e televisão. Não precisa de um lide, mas sim de uma abertura envolvente. E no encerramento, busque novas imagens, citações ou anedotas que se amarrem à idéia central.

Mídia 1

Piauí festeja um ano com tiragem de 70 mil exemplares
Edição número 13 terá 88 páginas, sendo 30 são de publicidade; publicação conta hoje com cerca de 15 mil assinantes


A Revista Piauí comemora seu primeiro aniversário com uma tiragem especial de 70 mil exemplares. A publicação, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), teve cerca de 30 mil exemplares veiculados no mês de junho, último auditado, sendo 15 mil deles assinantes.O número 13 da publicação, que chegará às bancas no dia 1º de outubro, terá 88 páginas em sua edição de aniversário, sendo 30 delas comerciais. A revista normalmente circula com 68 páginas, com média de 20 páginas de anúncios. De acordo com Ênio Vergeiro, diretor responsável pela publicação, Itaú Personnalité, Light, Banco Real, Oi e Price-Waterhouse Coopers continuam investindo na revista.

A F/Nazca Saatchi & Saatchi é a responsável desde o final de agosto pela conta da publicação da Editora Alvarenga. Seu trabalho de estréia será justamente a divulgação da edição que festeja o primeiro aniversário.


Fonte: Meio&Mensagem

sábado, 22 de setembro de 2007

Curso Abril de Jornalismo

Regulamento

Leia todo o regulamento antes de começar sua inscrição. Você poderá se inscrever até às 18h do dia 27 de setembro de 2007.

Requisitos para inscrição Texto (jornalistas graduados em julho ou dezembro de 2007)
Cadastre no sistema online seu currículo e um texto de 4000 caracteres sobre o tema Quem sou eu e por que escolhi o jornalismo como profissão.

Fotografia (jovens fotógrafos, graduados ou não) Cadastre no sistema online seu currículo e um texto de 1400 caracteres sobre o tema Quem sou eu e por que quero fotografar para revistas. Faça o upload de cinco fotografias feitas por você (elas devem ser anexadas, no momento da inscrição, na extensão .jpg e compactadas em um único arquivo .zip com tamanho máximo de 5 Mb).

Rádio e TV (graduados em 2006 ou 2007) Cadastre no sistema online seu currículo e um texto de 1400 caracteres sobre o tema Quem sou eu e por que quero trabalhar com rádio ou TV. Envie pelo correio dois trabalhos (áudio ou vídeo) feitos por você, gravados em DVD-R ou DVD-RW.

Como se inscrever

1) Clique aqui e escolha a área em que você deseja se inscrever

2) Na tela seguinte, clique em cadastrar currículo

3) Preencha o cadastro corretamente, indicando a opção Curso Abril de Jornalismo no item Interesse em. Após terminar, clique no botão enviar

4) Na tela “Cadastro/atualização de currículo efetuado com sucesso”, clique no botão visualizar currículo

5) Na tela seguinte, clique em enviar meu currículo para oportunidade

6) Escreva sua redação (candidatos de texto podem escrever até 4000 caracteres; demais candidatos não podem ultrapassar 1400 caracteres)

7) As inscrições dos candidatos de texto são completadas no momento do envio da redação. Se você está se inscrevendo em outra categoria, siga as instruções fornecidas pelo sistema para terminar o processo de inscrição

8) Caso você não tenha completado todas as etapas de sua candidatura, você pode continuar a completá-la acessando o link histórico de candidaturas, no sistema de inscrição

9) Apenas os candidatos das modalidades Rádio/TV deverão enviar seus trabalhos pelo correio.
O endereço para envio é o seguinte:Curso Abril de JornalismoAvenida Nações Unidas, 7221, 12° andar,Pinheiros,São Paulo, SPCEP 05425-902

Processo de seleção

O processo seletivo do Curso Abril de Jornalismo é realizado em duas etapas. Na primeira, há análise dos textos e dos trabalhos enviados pelos candidatos. Os textos serão avaliados segundos critérios de correção ortográfica, clareza, concisão e estilo. Os trabalhos de fotografia, rádio, TV, serão avaliados segundo critérios de qualidade técnica e criatividade. Apenas os candidatos selecionados para a segunda fase serão avisados por telefone e serão convidados para uma entrevista pessoal com profissionais da Editora Abril, em São Paulo e outras capitais do país. As entrevistas serão agendadas no momento da notificação por telefone, até 5 de novembro de 2007. Os resultados finais serão divulgados na segunda semana de dezembro de 2007. O curso será realizado entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro de 2008.Não há qualquer espécie de revisão do processo seletivo e a decisão da organização do curso é soberana e irrecorrível.

Fonte: Curso Abril de Jornalismo

Redação e Estilo

Diretor de redação da Veja São Paulo, Carlos
Maranhão dá a receita de um bom texto

Carlos Maranhão é curitibano e mora em São Paulo há 30 anos, praticamente o mesmo tempo em que está na Editora Abril. Desde 1991, dirige a Veja São Paulo. Reconhece que o mercado de trabalho está disputado, mas acredita que as pessoas talentosas encontram o seu lugar. Aos novos jornalistas recomenda empenho, determinação e, sobretudo, leitura. Maranhão já foi repórter, editor e diretor de redação das revistas Playboy e Placar.

O mercado está muito disputado. Como realizar o sonho de trabalhar na grande imprensa?
Há 30 anos ouço isso de jovens jornalistas. Em geral, não existem vagas. O mercado está saturado. Mas quem nasceu para ser jornalista, tem brilho e competência cedo ou tarde encontrará seu lugar. Cada vez que preciso contratar alguém, é muito difícil, porque, apesar de sempre receber currículos, raramente vejo um repórter diferenciado. Eles não nascem todo dia. A missão do novo jornalista é ser muito bom. Tem que batalhar, estudar, ler e entender a publicação em que trabalha. Para as pessoas talentosas, determinadas e com garra, a chance de encontrar colocação no mercado é bem razoável.

Prática e trabalho duro podem substituir o talento?
O talento é só a base. Procuramos pessoas com predisposição natural para o jornalismo. Mas também esperamos dedicação, estudo e muito trabalho. Se você não tem vocação jornalística, por mais que se esforce, vai ser sempre medíocre. Para ser cirurgião e desenhista também é preciso talento. Por que para escrever não seria? Além disso, o jornalista deve ser curioso para descobrir coisas exclusivas e contar aos leitores.

BOM REPÓRTER

As qualidades atribuídas ao bom repórter, como a disposição para gastar sapato na rua, ainda valem nas atuais redações?
Sempre que possível, as matérias devem ser apuradas in loco. Sem falar pessoalmente com a fonte, ver onde ela trabalha, o que veste e como olha para você enquanto responde as perguntas, as matérias ficam muito iguais, pasteurizadas. Nas redações, grande parte dos repórteres apura pelo telefone, pela internet e com a ajuda de assessores de imprensa. Eu digo sempre que reportagem se faz na rua.

Essa "pausteurização" das matérias uniformiza os textos, que são assinados como "da redação" ou "reportagem local". Como você encara isso?
Quanto ao crédito, as revistas e jornais deveriam assinar apenas as matérias que fazem a diferença, seja pela qualidade da apuração, seja pela qualidade do texto. Acho que a assinatura está muito banalizada. Tem que ser um mérito e não uma coisa automática. Na revista The Economist, considerada uma das mais bem escritas do mundo, as matérias não são assinadas, com raríssimas exceções.

Além da The Economist, quais revistas se destacam hoje no Brasil e no mundo?
Entre as semanais de informação, a Time e a Newsweek. Destaco a Time por ter criado a fórmula de semanais, que está permanentemente se renovando. A The Economist é excepcional, sobretudo por causa da qualidade das análises. Na Veja São Paulo, nos espelhamos muito na The New Yorker, que faz nos EUA o que buscamos fazer aqui. No Brasil, acho que a Veja tem um padrão de qualidade muito acima da de qualquer outra publicação.

ANÁLISE

Falta análise no jornalismo brasileiro?
Acho que análise e opinião são diferenciais que as revistas semanais deveriam ter sempre. A Veja persegue isso sistematicamente e costuma fazer boas análises socioeconômicas e políticas. Opinião e análise são, aliás, o que há de mais interessante nos jornais diários. Os artigos e editoriais são geralmente bem escritos. A Folha, o Estadão e O Globo têm boas equipes de articulistas. Nos artigos, o leitor encontra a contextualização, que o ajuda a compreender o mundo.

Os jornais estão chatos?
Creio que um dos grandes desafios do jornalismo é tornar interessantes as matérias importantes. Eu leio os jornais um pouco por obrigação. Deve existir um jeito de apresentar isso aos leitores de forma mais atraente. Acho os jornais grandes demais. Mas todos os jornalistas têm obrigação de ler jornal.

BOM TEXTO

Como tornar o texto mais atrativo?
Antes de tudo, a matéria deve ser bem apurada. Depois, bem pensada. O repórter deve refletir sobre o assunto da matéria e a maneira como irá abordá-lo. E finalmente tem que ser bem escrita e editada. Assim, vai resultar num bom texto, que vai atrair o leitor. Tem que ir direto ao ponto sendo objetivo e claro.

Você acredita que os cursos de comunicação têm cumprido seu papel na formação de jornalistas com essa qualidade de texto?
As faculdades têm apenas parte do mérito na formação do jornalista. Dou muita importância aos ensinos fundamental e médio, às escolas e cursos que o candidato freqüentou. Para quem estuda numa faculdade de ponta, difícil de passar, geralmente é mais simples entrar no mercado. Isso não é pelo curso superior em si, mas pela formação escolar, que permitiu a aprovação num vestibular em que a relação candidato/vaga é brutal. Sou a favor dos cursos de jornalismo, mas não necessariamente da obrigatoriedade do diploma universitário. A pessoa poderia fazer filosofia, história ou economia e depois uma especialização em jornalismo, como acontece com bastante sucesso em alguns países.

Fonte: Curso Abril de Jornalismo

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Programação 21/09/2007

Horário: IJ - Turma WL3
Horário: LM - Turma NL3

Apresentação da Pesquisa do Pibic sobre Revistas Brasileiras orientada pela professora Aline Grego e desenvolvida por alunos da Unicap. A aluna Rute Pajeú vai mostrar o resultado parcial de 1900 a 1940. Já o aluno Gabriel Marquim vai falar sobre as revistas de 1981 a 2006.

Programação 18/09/2007

Aula - Sala 510 -
Horário: IJ - turma Wl3
Horário: LM - turma NL3

- Participação de Dario Brito - Jornalista do Jornal do Commercio, Prefessor da Faculdade Marista, Faculdade Boa Viagem e Faculdade Senac. Ele é um dos autores do vídeo "Olhinhos Puxados". Tema da aula: Apuração e o vídeo "Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos"

Linha Editorial - 14/09/07

Apresentação do Segundo Dia

Turma WL3

Grupo 4 (Revista Rolling Stone)

Caroline Pellegrino
Lídio Lima
Cristiane Lemos
Rebeca Santos

Grupo 6 (Revista MTV)

Catarina de Angola
Juliana Lins
Nara Nara Pinella

Grupo 10 (Revista Bravo)

Tiago
Fábio
Marcelo
Rafael
Felipe Regis


Turma NL3

Revista Piauí

Claudia
Germana

Revista Engenho

Lucas Fitipaldi
José Luiz Libonati

Revista Seleções

Lidiane Andrade

sábado, 8 de setembro de 2007

Revista Alquimia

Pautas

Turma Wl3
Amanda Barros - Runas
Amanda Marques - O Poder do Pensamento
Ana Carolina - Mediunidade
Ana Paula - Hinduísmo
Andreza - Kabala
Ana Salustiano - Seicho-No-Iê
Aroldo - Música New Wave
Belisa -
Bruna - Medicicina Popular
Bruno - Música Gospel
Camila Ribas - Wicca
Camila Sátiro - Crenças Populares
Carla Amorim - Sinagoga
Caroline Peregrino - Mediunidade
Clarissa Fraga - Umbanda
Clarissa Torres -
Claúdia Vital - Tarô
Cristyanne Ribeiro - Bíblia
Daniela - Judaísmo
Aldacy - Kardecismo
Catarina - Protestantísmo - Pentencostal
(Assembléia de Deus)
Fábio - Sátiros X Satirísmo
Gabriela -
Marcelo - Inquisição
Taísa - Ressurreição e Reencarnação
Viviane - Judaísmo e Judaísmo em Pernambuco
Clarisse T - Tratamento Espiritual
Elizabeth - Candomblé
Felipe C - A Força que Move...
Felipe Regis - Simpatias

Turma NL3
André -
Andréia -
Anna Carolina -
Geraldo - Alquimia e a Religião Católica
Germana - Terapias Alternativas
Jefferson - Crenças Populares - Babosa
Joana - Crianças nos Terreiros
José Luiz - Os Sete Pecados
Lidiane - Castidade Religiosa
Manuela - Religiões Afro
Liana -
Lucas - Batismo
Maria das Graças -
Mariana - Espiritismo
Mellyna -
Priscila Krause
Reinaldo
Claudia - Tarô

Linha Editorial 1

Trabalho da Linha Editorial das revistas

Grupos de Produção - Turma Wl3

Grupo 1 (Carta Capital)

Marina Reithe
Andrezza Gonçalves
Patrícia Barros
Maurício Júnior

Grupo 2 (Revista Engenho)
Amanda Barros
Kelly Beatriz
Marília Maciel
Rafaela Sabino

Grupo 3 (Revista Piauí)
Ana Carolina Lucena
Juliana Dantas
Mariângela Moraes
Nataly Costa

Grupo 4 (Revista Rolling Stone)
Caroline Pellegrino
Lídio Lima
Cristiane Lemos
Rebeca Santos

Grupo 5 (Revista Continente)
Carla Lyra
Camila Nóbrega
Lara Amorin

Grupo 6 (Revista MTV)
Catarina de Angola
Juliana Lins
Nara Nara Pinella

Grupo 7 (Revista Boa Forma)
Janaína Rezende
Roberta Correia
Suellen Vilela
Sharlenne Mikele

Grupo 8 (Revista Superinteressante)
Felipe Ferraz
Camila Ribas
Maíra Costa
Marcelo Costa

Grupo 9 (Revista Capricho)
Aldacy Lobo
Karlison gondin
Ana Salustiano
Bruna Borges
Júlia Miranda

Grupo 10 (Revista Bravo)
Tiago
Fábio
Marcelo
Rafael
Felipe Regis

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Programação de Aulas

- Aula do 28 de Setembro de 2007 ((sexta-feira) - Entrega do Resumo e Debate sobre o livro O Livreiro de Kabul
Sinopse - Campeão nas listas de mais vendidos do The New York Times, O LIVREIRO DE CABUL foi considerado pela crítica um dos melhores livros de reportagem sobre a vida afegã depois da queda do Talibã. Depois de viver três meses em Cabul, com o livreiro Sultan Khan, a jornalista norueguesa Åsne Seierstad compôs este retrato das contradições extremas e da riqueza desse país.

- Aula dia 04 de setembro de 2007 (terça-feira) - Definição
das pautas e entrega do esbouço das pautas para Revista Alquimia

- Aula do dia 11 de Setembro (terça-feira) - Entrega da pauta
sobre a revista Alquimia e 1º dia de apresentações sobre a linha
editorial das revistas (apresentação em grupo)

- Aula do dia 14 de Setembro (sexta-feira) - 2º dia de
apresentações sobre a linha editorial das revistas (se houver
necessidade) ou Texto de Revista.

- Aula do dia 21 de Setembro de 2007 (sexta-feira) - Entrega
do esboço da matéria da Revista Alquimia - Pode ter matéria vinculada.
Mínimo de 20 linhas e máximo 60 linhas

- Aula do dia 25 de Setembro de 2007 (terça-feira) - Entrega
da matéria definitiva da Revista Alquimia. Mínimo de 20 linhas
e máximo de 60 linhas

* Primeira Semana de Outubro - Primeiro GQ

- Feriados - 12 (sexta-feira)
13 (sábado)
14 (domingo)
15 (segunda-feira)

domingo, 2 de setembro de 2007

História 22


História 21


História 20


História 19


História 18


História 17


História 16


História 15


História 14


História 13


História 12


História 11


História 10


História 9


História 8


História 7


História 6


História 5


História 4


História 3


História 2


História 1


Realidade

Existem revistas como Carta Capital, Caros Amigos e Primeira Leitura, que, cada uma a seu estilo, causam reflexões. Mas não chegam a provocar os leitores pós-modernos da mesma forma que o fez Realidade em sua época áurea (1966-1968). Somadas, as respectivas tiragens dessas três revistas atuais citadas - 56.500, 55.000 e 25.000 - atingem apenas cerca da metade dos 250.000 exemplares da primeira edição de "Realidade" (abril de 1966), esgotada em três dias.

A equipe de redação de Realidade soube entender sua época e, apesar da censura imposta pelo regime militar, destacou-se pela sua principal característica, que era a ousadia, a irreverência, permitindo ao leitor conhecer vários ângulos das questões abordadas, incluindo pesquisas de opinião.

Desde seu lançamento até 1968, a revista viveu seu apogeu. Manteve-se no mercado até 1976, mas já não possuía a mesma força após a edição do Ato Institucional nº 5 (AI-5) em dezembro de 1968.

No período de maior tiragem da revista, a contracultura estava em alta. Contra valores como família, casamento, capitalismo. Contra o individualismo do homem pós-moderno, a artificialidade dos produtos expostos em supermercados e a industrialização. Os hippies pregavam a vida em comunidade, o cultivo de produtos orgânicos, valorizando a natureza e ainda difundiam o Artesanato.

Muitas vezes, o texto era redigido em primeira pessoa, destacando a vivência do repórter, tornando-se, assim, parte integrante da história. O fato de experimentar e relatar os próprios sentimentos em relação ao fato leva a uma comparação com o New Journalism, expressão americana para definir um jornalismo que trabalhava com arte, emoção e linguagem jornalística tratada literariamente.

Em uma edição especial de janeiro de 1967, Realidade reportou as transformações na vida da mulher brasileira. Toda a edição foi apreendida por ordem do Juizado de Menores da Guanabara (hoje Rio de Janeiro).

Esta edição tratava da nova condição da mulher na sociedade, abordando temas como virgindade e aborto, trazendo ilustrações do aparelho reprodutor feminino, fotos do momento do parto, histórias de casamentos desfeitos; perfis de pessoas religiosas envolvidas em questões sociais, de uma mãe solteira orgulhosa de sua condição e de Ítala Nandi, que foi símbolo do rompimento dos padrões conservadores, proclamando a independência e a liberdade feminina.

As visões de mundo apresentadas pela revista sempre destacaram fatos importantes que marcavam a história de forma contundente, já que refletiriam em mudanças em todos os espaços geográficos, procurando sempre enfocar as que infligiriam ao Brasil maiores alterações.

O exemplo mais forte da revista: o jornalista José Hamilton Ribeiro foi enviado aos campos de batalha do Vietnã, cuja experiência é nitidamente a radiografia da filosofia de Jornalismo praticada pela revista. Ao longo de 12 páginas o repórter remonta a aventura e o drama que viveu na Guerra e a foto, na capa da revista, revela o momento em que José Hamilton foi socorrido após a explosão de uma mina que causou a amputação de sua perna esquerda.

O Cruzeiro

Dois movimentos caracterizam a imprensa carioca na década de 1920: o aparecimento de um Jornalismo sensacionalista e o surgimento dos Diários Associados. Espelhando de certa forma o chamado pensamento conservador, os jornais da cidade adquirem características peculiares. Para uns o sensacional é a grande arma de conquista do público. Para outros, a ação política seria fundamental.

Em meio a esses dois movimentos, os Diários Associados lançam aquela que seria a principal revista ilustrada brasileira do século XX :O Cruzeiro

No final dos anos 1920 surge na cena carioca uma revista aberta a novas possibilidades de leitura para este fugaz leitor de notícias. A leitura da imagem ganha destaque na cena do Jornalismo, com a criação deste novo periódico.

As estratégias de publicação moldam práticas de leitura. Cria-se, em conseqüência, novos gêneros de textos e novas fórmulas de publicação. Ao diversificar a forma e o conteúdo dessa imprensa diária ou semanal alarga-se, a rigor, esse auditório fugaz e nem sempre visível. Cada nova publicação cria novas formas de organização e de transmissão dos textos, consolidando uma certa cultura escrita.

A revista surgiu em 10 de novembro de 1928. Cinco dias antes, 4 milhões de folhetos – um número três vezes maior do que o de habitantes da cidade – são atirados do alto dos prédios na cabeça de quem passa na então Avenida Central. Os volantes anunciam o aparecimento de uma revista “contemporânea dos arranha-céus”, uma revista semanal colorida que “tudo sabe, tudo vê”. Os panfletos trazem no verso anúncios que serão veiculados pela nova publicação.

Que tipo de sensação causara na cidade estas estratégias? Teriam elas levado o leitor de 1928 a comprar cinco dias mais tarde a nova publicação que trazia numa capa inundada de cores a figura desenhada de forma hiper-realista de uma mulher?Além da profusão de cores, a capa do número um chama a atenção para o caráter do desenho do rosto de mulher que a ilustra: a figura de uma melindrosa. Unhas cintilantes, sombra nos olhos e boca pintada. Completando a atmosfera, sobre o rosto da melindrosa as cinco estrelas de prata do Cruzeiro do Sul que haviam inspirado o nome da revista. Abaixo do título a complementação: Cruzeiro é uma Revista Semanal Ilustrada.

Com a redação, administração e oficinas funcionando na Rua Buenos Aires, 152, Cruzeiro é dirigida por Carlos Malheiro Dias. Possui agentes em todas as cidades do Brasil e correpondentes em Lisboa, Paris, Roma, Madrid, Londres, Berlim e Nova York. O número avulso custa 1$000 e a assinatura anual em todo o território nacional é de 45$000. No exterior o preço aumenta consideravelmente: 60$000. Ainda neste primeiro número anunciam a tiragem do novo periódico: 50 mil exemplares. (Cruzeiro, n. 1. 10/11/1928)

Quase a metade das 64 páginas da revista está repleta de anúncios. Além de páginas inteiras a cores oferecendo os automóveis Lincoln, as novas vitrolas da GE e filmes da Metro Goldwyn Mayer, há também uma profusão de pequenos anúncios: de produtos de higiene à casas de tecidos, de hotéis à cabelereiros; de fogões a gasolina à restaurantes. Profissionais liberais, como médicos e advogados também anunciam em suas páginas. Remédios e elixires os mais diversos completam a extensa lista.

O texto de apresentação do primeiro número traça inicialmente um paralelo entre o nome da publicação e a história do próprio país. Assim Cruzeiro é, ao mesmo tempo, “fonte de inspiração para os primeiros nomes do país”, “a constelação que guia os navegantes”, “o nome da nova moeda brasileira” e o “símbolo da bandeira”. Dessa forma é, ao mesmo tempo, símbolo cristão e símbolo-síntese da nacionalidade. Por tudo isso“Cruzeiro é um título que inclui nas suas três sílabas um programa de patriotismo”.

O mesmo texto particulariza para o leitor as diferenças básicas, na concepção da época, entre revista e jornal:

“Um jornal pode ser o órgão de um partido, de uma facção, de uma doutrina (…) A cooperação da gravura e do texto concede à revista o privilégio de poder tornar-se obra de arte. A política partidária seria tão incongruente numa revista do modelo de Cruzeiro como num tratado de geometria (…) Uma revista deverá ser, antes de tudo, uma escola de bom gosto”.

A revista construiu-se como testemunha de uma época, reproduzindo, com o apoio sempre da fotografia, momentos que são apresentados como unícos. Constrói-se dessa forma como produtores de uma história futura. E seus dirigentes e jornalistas sabiam desse papel.

Seleções

A Revista Seleções – Reader’s Digest tem uma história, que vai desde sua criação, após a I Guerra, até a consagração como a revista que circula em mais países no mundo. Enquanto se recuperava de ferimentos sofridos na Guerra Mundial, em 1918, DeWitt Wallace teve a idéia de lançar uma revista que disponibilizasse artigos já publicados, utilizando uma linguagem condensada, sem interferir no conteúdo e no sabor do texto.

Como as grandes editoras da época descartaram o projeto, Wallace resolveu levá-lo adiante e lançou, em fevereiro de 1922, o primeiro número da revista Reader's Digest, posteriormente batizada no Brasil como Seleções. Em 1936 a circulação já atingia 1,8 milhão de exemplares só nos Estados Unidos.

A expansão da revista para outros países começou pela Inglaterra, em 1938. Em dezembro de 1940, era publicada a edição em espanhol, intitulada Selecciones e, em fevereiro de 1942, a Revista Seleções chegou ao Brasil. A primeira edição em português se esgotou rapidamente com 100 mil exemplares vendidos.

No início dos anos 70, a circulação mensal era de aproximadamente meio milhão de exemplares. Entretanto, uma série de fatores levou a empresa a transferir suas atividades para Portugal. A revista brasileira passou ser editada naquele país, porém deu-se continuidade à venda em bancas no Brasil, com uma circulação média de 110 mil exemplares por mês. Isso até o fim de 1995 marca a volta das atividades do grupo no Brasil.

Revista - Artigo

Se os jornais são basicamente locais, ou regionais, as revistas, no Brasil, como de resto na maior parte do mundo, são nacionais. O boletim da Mc Cann-Erickson registra a existência de 885 títulos de revistas no País.

Na maioria, elas respondem a interesses segmentados - são revistas infantis, femininas, técnicas, etc. Cabe menção, aqui, a duas revistas semanais de informação no formato da americana Time - e, principalmente,Veja, fundada em 1968 e pertencente à Editora Abril, maior empresa editorial do Brasil, é um fenômeno em dois sentidos. Primeiro, no número de leitores.

Com tiragens que beiram o 1,3 milhão de exemplares, ela só perde atualmente, entre suas congêneres no mundo, para as três americanas - Time, Newsweek e US News and World Report. Já ultrapassou a alemã Der Spiegel e as francesas L'Express, Le Point e Le Nouvel Observateur, entre outras. Mas Veja é um fenômeno, também, pelo fato de muitas vezes chegar aos fatos antes dos jornais, noticiar primeiro, dar o "furo".

O papel das revistas, em princípio, é consolidar e sintetizar, ao final de uma semana, o que já foi noticiado ao longo dela pelos jornais. Invertendo essa regra, Veja e, em certa medida, também IstoÉ (fundada em 1976, tiragem em torno dos 500 mil exemplares) muitas vezes têm saído à frente e imposto a pauta que em seguida será trilhada pelos jornais.

Foi assim, entre outros episódios, nos acontecimentos que culminaram com a destituição do presidente Collor. Semana a semana, apareciam em Veja, e quando não em Veja em IstoÉ, as denúncias que acabaram por solapar irremediavelmente a credibilidade do presidente.

A agilidade surpreendente é a boa característica da imprensa semanal de informação do Brasil. Outra é uma capacidade de aprofundamento maior do que os jornais, de forma a apresentar uma história de forma mais abrangente e compreensível. A parte negativa é uma confusão entre opinião e informação maior do que a que se observa nos jornais.

As posições políticas das revistas, as preferências pessoais e idiossincrasias, muitas vezes acabam chegando ao leitor no mesmo tom geral, que se pretende "analítico" e "interpretativo".

A imprensa brasileira é tudo o que se alinhou nos últimos parágrafos - arrogante, carente de profundidade, dada ao emocionalismo e ao sensacionalismo, nem sempre atenta à distinção entre informação e opinião - mas viva a imprensa brasileira. Feitas as contas, somados os prós e diminuídos os contra, ela tem prestado bons serviços ao País.

Revistas - Brasil

As revistas brasileiras também começaram com a mesma dúvida sobre quem teria sido a primeira. Em 1808 saiu o Correio Braziliense ou Armazém Literário. Quatro anos depois surgiu As Variedades ou Ensaios de Literatura. Como ambos tinham aparência de livro, o Correio passou a ser o primeiro jornal, porque alguns historiadores acharam que Variedades obedecia mais a um espírito editorial de revista, e ela virou oficialmente a número um da categoria.

Até 1830, revistas eram um produto caro, de elite, consumido pelas classes mais altas, de formação escolar avançada. O negócio nasceu quando um inglês decidiu fazer uma revista mais barata. Sabe-se que essa primeira revista popular tinha matérias leves de entretenimento, informação variada, era quase um almanaque. Como esse tipo de conteúdo interessava a uma quantidade maior de leitores, e com a ajuda do preço de capa baixo, a revista ganhou circulação e a circulação maior atraiu anunciantes.

Por sua vez, o dinheiro movimentado pelo negócio propiciou o avanço tecnológico, que aperfeiçoou os sistemas de produção e de impressão em massa, o que fez com que as revistas fossem produzidas a preços unitários cada vez menores.

A primeira revista feminina brasileira teve um nome comprido e uma vida curta: nasceu em 1827 e morreu em 1828. O título era O Espelho Diamantino, e o subtítulo dizia: “Periódico de Política, Literatura, Bellas Artes, Theatro e Modas Dedicado às Senhoras Brasileiras”. Vida curta, aliás, foi característica do nascimento de muitas revistas em todo o mundo.

Por incrível que pareça, Assis Chateaubriand já tivera a idéia de lançar uma revista ilustrada muito antes dos norte-americanos e dos europeus: O Cruzeiro é de 1927, mas o Jornalismo Fotográfico só foi incorporado depois do aparecimento da americana Life. Mais inspirada no modelo francês, Manchete surgiu em 1952.

Revistas - Mundo

Enquanto os jornais sempre foram planejados para atrair o público em geral, as revistas pretendiam divulgar textos específicos. Sua evolução na Europa foi direta – dos folhetos impressos para os panfletos, e destes para os almanaques –, preenchendo a faixa intermediária entre os jornais e os livros. Considera-se que a pioneira tenha sido a publicação alemã de 1663 Erbauliche Monaths-Unterredungen (Discussões Mensais Edificantes). Iniciada por Johann Rist, poeta e teólogo de Hamburgo, ela refletia fortemente suas duas vocações e apareceu irregularmente uma vez por mês durante cinco anos.

Outras revistas de tendência religiosa ou filosófica logo se seguiram, como o Jounal des Scavans, a mais antiga revista francesa, em 1665, e a Philosophical Transactions, da Royal Society de Londres, no mesmo ano. Filosofia, religião e literatura fundiram-se na primeira revista italiana, a Giornale de’Letterati, que se originou em 1668 sob a edição do clérigo e estudioso Francesco Nazzari.

O termo magazine, surge especificamente em 1704, na Inglaterra, com um volume que se parece com livro, mas tem objetivo, público específico, com assuntos aprofundados. O magazine, de fato, é mais aprofundado que os jornais e menos do que os livros. Os títulos da época transitam por várias estéticas.

Já o francês Lê Mercure Galant por exemplo, imprime notas, anedotas e poesia. Receita que a seguir é copiada por muitos. Só em 1731, é quando surge a primeira revista parecida com nosso padrão moderno na Inglaterra, The Gentleman's Magazine. É neste ínterim que o termo magazine se generaliza e passa a ser usado na Inglaterra e França.

Nos Estados Unidos, a marca inicial é o ano de 1741, quando são fundadas a American Magazine e General Magazine. Até o final do século XVIII já haviam 100 títulos. A razão disso, foi o desenvolvimento econômico, a redução do analfabetismo e maior interesse por novas idéias e desejos de divulgá-las.

Revistas - Considerações

Quando lemos uma revista, queremos sempre nos aprofundar em um assunto qualquer que seja: Política, Economia, Bordados, Fofocas, etc. Ao contrário de outros veículos, a revista atravessa décadas tratando o leitor por você. As revistas informam, criam e ditam modas, alimentam sonhos, ilustram fantasias, registram fatos, viram história. Mas acima de tudo, segmentam a imprensa escrita, ao contrário dos jornais.

As revistas são objetos fáceis de carregar e de colecionar, além de ser boas de recortar. Receitas de bolo, reportagens dos ídolos, pesquisas de colégio... Quem não lançou mão de uma revista para qualquer uma dessas finalidades apresentadas? Além do mais, dá uma pena jogar fora pilhas e pilhas de revistas, não é mesmo?

Não é à toa que, quem lê determinada revista, faz parte de um grupo. O leitor, normalmente anda abraçado à publicação ou mostrando, para provar aos outros que pertence a tal ou qual grupo. Em outras palavras: a definição de uma revista, passa, antes de tudo, pelo seu leitor.
Vejamos algumas afirmações sobre as revistas, extraídas do livro Jornalismo de Revista, de Marília Scalzo:

“A melhor notícia não é a que se dá primeiro, mas a que se dá melhor”
- Gabriel García Márquez, escritor colombiano -

“Fazer revista é manter uma relação de amor com o leitor”
- Juan Caño, jornalista espanhol -